“Sei o que tenho que fazer mas não consigo!”

“Sei o que tenho que fazer mas não consigo!” Você que corre: se identifica com essa situação quando o assunto é alimentação?
O grande ponto é: não basta saber o que fazer, não é? Mas como colocar em prática tudo aquilo que até muitas vezes já se sabe.

Você que corre: se identifica com essa situação quando o assunto é alimentação?

O grande ponto é: não basta saber o que fazer, não é? Mas como colocar em prática tudo aquilo que até muitas vezes já se sabe.

Esse é ponto chave da conversa: precisamos considerar comportamentos alimentares de maneira ampliada. E pq? Pois considerar comportamentos alimentares amplamente é saber que a alimentação das pessoas (e a do praticante de atividade física) é determinada por muitas coisas, que podem em última análise afetar a execução das condutas adequadas para uma corrida, por exemplo.

Exemplos:

  • A percepção de pressão social e pessoal por rendimento e cobrança excessiva por “autocontrole” no esporte são elementos que podem levar o praticante de corrida a um comer inadequado, ou com exageros em função de ansiedades, ou restrições em função deste contexto emocional específico, o que pode levar a pessoa que corre até a se sujeitar a modismos alimentares devido às inseguranças propiciadas pelas situação;
  • Se a prática da corrida tiver unicamente fins estéticos, pode haver também uma obsessão por um comer cheio de privações, que muitas vezes pode englobar o que não seria aquilo que de fato seriam as recomendações para a modalidade de corrida (por exemplo, retirar alimentos fontes de carboidrato com a ideia errônea de que lhe atrapalharão em sua tentativa “de emagrecer” ao praticar a corrida);
    Estes são alguns dos aspectos que se envolvem não com o que comer em si, mas ao “como” o praticante de corrida está se alimentando, a maneira como experencia a alimentação neste momento específico. Essa é uma consideração ampliada de comportamentos alimentares.

    Os nutricionistas com estes afinamentos ajudarão não só no que é preciso comer, mas com a trajetória, com a maneira de se implementar as condutas, com os percalços presentes na preparação para a corrida e a como administrar toda essa trilha.

    E para começar bem, esse acompanhamento amplo passará por uma postura inclusiva e acolhedora do profissional que, sem julgar as incertezas pelas quais passam aqueles que correm, ajudarão os assistidos a cruzar bem a linha de chegada.

Cesar Henrique
Professor, mestre e doutorando em Nutrição pela Universidade de São Paulo (USP). É coordenador da pós-graduação em nutrição no Esporte da Nutrir Educacional. Suas áreas de atuação são psicologia aplicada a nutrição (sua grande área de pesquisa) e nutrição no esporte, campos que juntos se misturam em seu trabalho de docência e clinica, sempre em busca de explorar os porquê de as pessoas comerem o que comem.
Instagram: @nutri_cesar