Descobrindo o Quênia – Nairóbi

Acompanhe o primeiro post da série, com as principais atrações de Nairobi, a capital do Quênia.

Em fevereiro de 2014, a equipe do Correr pelo Mundo foi convidada pelo Kenya Tourism Board a conhecer o Quênia e suas principais atrações. Prepare-se, que nos próximos posts da série Descobrindo o Quênia, iremos contar e mostrar tudo o que vimos por lá. 

A série começa pela capital, Nairóbi, principal porta de entrada no país. 

1’40’’91 é o que precisou Rudisha para assombrar o mundo com suas passadas firmes e rápidas, um coração que parece ter capacidade de oxigenar um exercito e um pulmão que só conhece ar puro.

Já nós, precisamos de mais de 12 horas para iniciar uma viagem até o país de David Rudisha, atual campeão olímpico e mundial dos 800 metros rasos, primeiro homem a correr abaixo de 1’41’’, três vezes consecutivas escolhida como o atleta do ano no “Track & Field Athlete of the Year”, igualando o recorde de Carl Lewis, além de ser o atleta do ano da IAAF World Athlete of the Year, em 2010. Bem-vindo ao Quênia, terra dos corredores de meia e longa distância!

Rudisha também é um guerreiro Maasai. Os primeiros passos de um Maasai, tribo muito tradicional no Quênia, é sempre cheio de atenção, de cuidado, devido a maneira em que sua tribo é organizada, com muitos animais, terreno arenoso, em casas com uma espécie de fogareiro para preparar comida no meio da sala. Não muito diferente nos cuidados dos primeiros passos de um turista ao entrar no Quênia, normalmente pelo aeroporto de sua capital, Nairóbi.

Assim que desembarcamos no modesto aeroporto da capital, passamos pela imigração, que traz duas alternativas: ou estamos com o visto desde o Brasil em nosso passaporte, podendo fazer o processo por Correio com a embaixada do Quênia em Brasília¹ ou fazemos na hora (processo prático e rápido), devendo preencher nos dois casos uma folha com informações básicas.

O visto para o Quênia pode ser solicitado no próprio aeroporto – ele é emitido na hora (foto: Correr pelo Mundo)

Passando pela imigração saímos do aeroporto e nos deparamos com os carros na mão invertida de trânsito: sim, no Quênia o trânsito é com “mão inglesa”.

Veremos com o passar dos dias que a influência inglesa está por toda a parte, uma vez que a colonização da Inglaterra perdurou até poucos anos atrás, tendo se tornado Estado independente em 1963 como membro da Commonwealth (Comunidade Britânica), e se constituído em república no ano seguinte.

A mão inglesa no trânsito do Quênia (foto: Correr pelo Mundo)

Em pouco tempo na cidade já podemos perceber que o biótipo das pessoas se assemelha muito aos corredores da elite mundial, corpos esguios e leves. Também é fácil perceber que muitos se deslocam pela cidade andando, hábito cada dia menos explorado nas grandes cidades brasileiras.

Engana-se quem acha que Nairóbi é uma terra hostil e de dificuldades. Qualquer problema de adaptação é superado com a simpatia de sua população, com características parecidas a da população brasileira. As conversas sobre futebol são comuns, mas no Quênia os clubes preferidos são os ingleses Manchester United e Chelsea. Quando conversamos sobre o tema e descobrem que tem um brasileiro na conversa, não perdem tempo em comentar que entre as seleções, torcem ou admiram a canarinha.

Logo que chegamos fomos nos recuperar da longa viagem no ótimo Hemingways Nairóbi, um hotel boutique de luxo, com arquitetura em estilo plantation, com seus quartos com vista para o jardim e ambientes bem decorados. O hotel é bem situado em relação a três atrações da cidade: Giraffe Centre, David Sheldrick Wildlife Trust e a Casa-Museu Karen Blixen.

A fachada do Hemingways Nairobi (foto: Correr pelo Mundo)

Os elegantes quartos do Hemnigways Nairobi (foto: Correr pelo Mundo)

O Giraffe Centre, foi a primeira atração que visitamos, e tal qual Rudisha em sua primeira competição, fomos cheios de vontade, de expectativas e ávidos para ver algo diferente. O local é um local que trabalha pela preservação das girafas, e a grande atração é poder alimentá-las; elas esticam o pescoço em busca do alimento que o próprio parque oferece aos turistas para agradar o pescoçudo. Mais do que a visita em si, no nosso primeiro contato com alguma atração turística no Quênia, percebemos que não estávamos falando em turismo passivo, e sim de experiências que nos tocam mais profundamente e fazem nosso ponto de vista sobre a natureza e o espaço compartilhado com seres humanos, despertarem sensações a cada parada.

Giraffe Centre (foto: Correr pelo Mundo)

As girafas beijoqueiras no Giraffe Centre (foto: Correr pelo Mundo)

Depois dessa amostra do que nos esperava, rumamos para visitar o museu Karen Blixen, que possui uma história interessante e que ganhou dimensão pelo filme Out of Africa (Entre Dois Amores – no título em português).

A casa museu é a mesma em que viveu Karen Blixen na maior parte do tempo em que esteve no Quênia e alguns móveis foram doados pelo Universal Studios quando das filmagens. Na parede externa algumas gravuras que retratam quadros pintados pela própria dinamarquesa, fotos dela e alguns mapas, com destaque para o mapa da propriedade toda, com a localização desde as Colinas de Ngong, passando pela plantação de café, até o casarão.

O Museu Karen Blixen (foto: Correr pelo Mundo)

O Museu Karen Blixen (foto: Correr pelo Mundo)

A história de Karen com o Quênia começa com um casamento por conveniência, em que ela e o marido rumam à África para começar uma fazenda de gado leiteiro. No Quênia, em vez de criação de gado, plantaram café, e ali se estabeleceram. Karen é uma mulher de forte personalidade que se apaixona pelo país, suas belezas e o povo – o que, depois desta viagem, entendemos perfeitamente o sentimento que despertou nela. Os quadros originais estão no Museu Karen Blixen na Dinamarca. Não é permitido tirar fotos dentro da casa e a cozinha fica separada da casa para evitar incêndios.

Depois da visita ao museu, chegava a hora de conhecer uma das atrações mais esperadas desta etapa de Nairóbi de nossa viagem: The David Sheldrick Wildlife Trust.

Os elefantes e o tratador no David Sheldrick Wildlife Trust (foto: Correr pelo Mundo)

O horário de visita é limitado (foto: Correr pelo mundo)

O local tem como atividade principal ser um orfanato de elefantes, onde eles são levados quando possuem poucas condições de sobreviver em seu habitat natural, seja pela morte da mãe, ou por que a mãe perdeu algum marfim, ou mesmo em situações de abandono.

Os filhotes de elefante se divertem brincando na lama, com a bola (foto: Correr pelo Mundo)

Os elefantinhos são levados para este local de conservação e tratados com todo o luxo possível que os trombudos merecem, o que contempla uma superalimentação e dormitórios para proteção de predadores à noite. Também passam pelos mesmos cuidados os rinocerontinhos, mas em menor número.

A “pequena” mamadeira dos filhotes (foto: Correr pelo Mundo)

O horário em que o local permite visitas para que as pessoas possam ver os elefantes se alimentando é diariamente das 11h às 12h. Neste intervalo de uma hora os elefantes se alimentam e um tratador explica todo o funcionamento do instituto por megafone, inclusive abrindo para perguntas dos turistas. São diversas as maneiras de colaboração com o local, desde doações por internet até a tradicional venda de produtos no parque. Inclusive, se você quer ajudar e estiver por Londres no dia 07 de junho de 2014, pode participar da The Enormous Elephant Run: a corrida tem um caráter benéfico para o David Sheldrick Wildlife Trust e o kit inclui até a roupa de elefante para os corredores.

Depois de tantas visitas inesquecíveis, fomos a um restaurante também inesquecível: o The Carnivore. Como o próprio nome nos remete, o principal da casa são os mais variados tipos de cortes de carne, desde as mais normais até as de caça. Vale ressaltar que as carnes de caça não são liberadas para o consumo no Quênia. Somente restaurantes autorizados a servirem estas iguarias é que podem oferecer para seus clientes. Atualmente, em Nairóbi, somente duas cadeias de restaurantes podem usufruir de tal privilégio. Avestruz, cordeiro, crocodilo, carne de porco e gado são exemplos do que encontramos, num ambiente bastante característico, com os garçons bem animados e com alguns inclusive “arranhando” o português!

A fachada do Carnivore (foto: Correr pelo Mundo)

Variedade de bebidas no Carnivore (foto: Correr pelo Mundo)

O ambiente do Carnivore (foto: Correr pelo Mundo)

Próximo post: Safáris em Lewa

¹ Embaixada do Quênia no Brasil: Endereço:SHIS QL 10 conjunto 8 casa 8 – Lago Sul; Brasília. Telefone (0xx61) 3364-0691 / 1141. Email:brazil@mfa.go.ke ou kenyaembassybrasilia@gmail.com