O Correr pelo Mundo, além de falar de viagem e corrida, também começa uma jornada para noticiar coisas boas, apresentar ideias que fazem diferença e causas que, a partir da corrida, promovam a ideia de mudar o mundo, mesmo que seja de uma pessoa em 5k, 10k, 21k ou 42k. Você já pensou que você pode “alugar” suas pernas e proporcionar a mesma sensação que temos em uma prova para outras pessoas com algum tipo de limitação de movimento ou deficiência física? Muito mais do que o pace e o tempo, o projeto Pernas de Aluguel oferece a oportunidade de transformação de mentalidade para corredores dispostos a serem voluntários nesse desafio.
“Em março de 2015 conhecei o trabalho do Pernas de Aluguel e me empolguei com a possibilidade de correr e proporcionar esta experiência para alguém com dificuldades motoras. A experiência é fantástica, o ritmo é cadenciado, largamos depois de todos os corredores e a nossa chegada é a mais esperada. Neste dia você esquece o pace, o tempo final da prova e a medalha é apenas um detalhe. A experiência que levo comigo daquele dia é que alugar suas pernas, ajudar o próximo e ser gentil, faz tão bem pra quem recebe quanto pra quem pratica. Uma experiência tão espetacular como a de concluir uma maratona!”, conta o empresário Alesandro Freire, voluntário do Pernas de Aluguel.
Neste post, você vai ler uma entrevista com Eduardo Godoy, fundador do Pernas de Aluguel e, sem dúvida, lerá também um claro convite para unir a paixão pela corrida com a possibilidade de fazer diferença no mundo!
Nosso objetivo? Ah.. que façamos uma comunidade com mais de 40 mil pernas de aluguel. Topam esse desafio? Confira o bate papo.
CPM – Como surgiu o projeto? Qual a motivação que os fez desenvolver a ideia?
EDUARDO – O Pernas de Aluguel foi inspirado na ação de um pai americano que leva seu filho com deficiência física em provas de triathlon, conhecidos como “Team Hoyt”. Como já era voluntário em uma instituição (Associação Beneficente Rainha da Paz – http://abcrainhadapaz.org.br/) há 10 anos, foi fácil juntar o prazer de correr com a vontade de proporcionar esse sentimento a um dos jovens atendidos pela instituição. Foi tudo pensado como uma simples brincadeira entre um ou dois corredores e um cadeirante.
CPM – Como é feita a captação das pessoas que participam do projeto: condutor e corredor?
EDUARDO – O voluntário condutor é convidado através de um base de cadastro onde o mesmo deve estar registrado e apto a participar. Não é o Pernas de Aluguel que diz qual a corrida o condutor irá participar e, sim, o voluntário escolhe a que ele pode participar. Já nossos atletas são escolhidos das instituições apoiadas pelo Pernas de Aluguel ou filhos de pais que são corredores. Também participam pessoas com deficiência não atendidas pelas instituições apoiadas, mas que desejam participar. Neste último caso, as pessoas devem apresentar uma autorização médica autorizando-as a participar.
CPM – Como funcionam as corridas (logística)? Quais corridas vocês estão presentes (provas, cidades)?
EDUARDO – A logística começa muito antes da largada. Inicia-se desde a escolha do evento, cruzando com a agenda das instituições apoiadas, para que não haja nenhuma interferência em suas atividades, na escolha dos atletas e, depois, na madrugada que antecede os eventos, principalmente com todo o transporte de triciclos, atletas e seus familiares ao local da corrida. Ao final, temos todo o trabalho de desmontar tudo e levá-los de volta às suas casas.
O Pernas atua em São Paulo e grande São Paulo, Belo Horizonte (MG) , Campinas (SP) e Hortolândia (SP) e as corridas que participamos são escolhidas pelos responsáveis de cada região, obedecendo os critérios que atendam todo o processo organizacional do Pernas de Aluguel.
CPM – Contem um pouco sobre os resultados que vocês experienciam, tanto nos condutores quanto nos corredores?
EDUARDO – Ansiedade, diversão e emoção são os sentimentos que acompanham cada um dos atletas, seja voluntário corredor ou atleta com deficiência, resultando em uma grande confraternização que se estende além das linhas de largada e chegada e do dia do evento. Proporcionar a um atleta cadeirante a emoção de cruzar uma linha de chegada de uma corrida e, para um atleta cadeirante ter essa emoção, é algo que só dá para explicar vivenciando.
CPM – Quantas pessoas já correram com vocês desde o início do projeto?
EDUARDO – A matemática do Pernas é, até o momento, a seguinte:
Já participaram pelo menos uma vez 1948 atletas voluntários e 398 atletas com deficiência. Se somarmos os voluntários e atletas que já participaram mais de uma vez, já levamos em 122 corridas, 4336 voluntários e 916 atletas com deficiência, e percorremos 1124 Km.
CPM – Como fazer parte do Pernas de Aluguel?
EDUARDO – Para correr com a gente, você deve estar cadastrado no Pernas através do site:
Clique em “Cadastre-se”. Depois, preencha o formulário e acompanhe as instruções de confirmação de e-mail. Uma vez cadastrado, acesse a Agenda no site do Pernas e escolha a corrida que você tenha disponibilidade de participar. Clique em “quero participar”, e siga as instruções apresentadas.
Lembrando que a inscrição e traslado do voluntário é de total responsabilidade do mesmo e é obrigatório estar regularmente inscrito no evento. O Pernas de Aluguel não aceita participante “pipoca”.