Africanos dominam a 11ª Meia Maratona A Tribuna-Praia Grande

3.500 atletas participaram da prova, que aconteceu neste domingo, 14/09.

Pela primeira vez em 11 anos os atletas africanos dominaram as duas vitórias na Meia Maratona A Tribuna–Praia Grande. Neste domingo (14), o queniano Edwin Kiprop Kibet e a tanzaniana Samwe Fadhila Salum foram os vencedores da 11ª edição da prova, que reuniu 3.500 atletas, incluindo a corrida participava de 10 km, numa manhã de muito sol e festa.

Foto: Irandy Ribas/ A Tribuna

No masculino, o corredor do Quênia “sobrou”, com a liderança isolada desde o quilômetro dez, cruzando a linha de chegada em 1h05min34s, mais de um minuto à frente do mineiro Rogério Ferreira, vencedor do ano passado. Em terceiro lugar, ficou o tanzaniano Saidi Juma Makula, o vice de 2012. Destaque também para José Uilton Nascimento dos Santos, que competindo “em casa”, garantiu o quinto lugar, também subindo ao pódio.

Entre as mulheres, a atleta da Tanzânia fez trabalho de equipe com a queniana Consolata Cherotich, vice-campeã, consolidando o domínio do continente africano. A vencedora cruzou a linha de chegada em 1h18min03s, enquanto que a segunda, 45 segundos depois. As duas apertaram o ritmo, a partir do KM 15, para deixar para trás a piauiense radicada em São Paulo, Conceição Maria de Oliveira. Sirlene Pinho, a atleta com maior regularidade na disputa e que já foi campeã em 2005, repetiu o quarto lugar da edição passada.

Totalmente plano, ao nível do mar e com duas grandes retas de nove quilômetros, sendo a segunda metade tendo a praia como visual, o percurso foi uma das grandes atrações, sendo bem elogiado pelos atletas. “Gostei muito. É uma prova muito bem pensada para os atletas”, comentou o vencedor do masculino.  “Apesar de estarmos concentrados na corrida, deu para perceber um visual muito bonito”, acrescentou a campeã.

Na prova feminina, as duas africanas correram acompanhadas de Conceição até que no KM 15, decidiram “quebrar” o ritmo para ficarem isoladas. A estratégia deu certo. “Foi uma corrida muito boa. Estava quente, mas gostei”, comemorou Samwe, que está com 23 anos e também foi vencedora da Meia de Florianópolis e vice em Fortaleza esse ano.

Conceição comemorou o resultado. “Esse ano decidi diminuir o número de provas e estou dando prioridade também ao curso de fisioterapia. Então foi ótimo”, disse a atleta, sempre presente nas provas na Baixada Santista. “Sempre gostei de competir aqui. É tudo bem organizado”, afirmou a tricampeã do Circuito Brasileiro de Corridas de Rua, em 2005, 2008 e 2011 e campeã sul-americana de maratona, em Caracas 2012.

Quem também ficou feliz com o desempenho foi Sirlene Pinho. A atleta retornou do Líbano, onde defendeu o Exército no Mundial Militar de Cross Country, garantindo o bronze por equipes, a primeira do Brasil. “Foram 17 horas de viagem. Cansativo, mas não poderia deixar de vir aqui. É uma prova que tenho muito carinho e consegui me manter entre as melhores”, afirmou a atleta.

Masculino

Entre os homens, Edwin puxou o ritmo forte desde o começo e no KM 10 decidiu deixar os rivais. Ainda fez um sinal para Saidi Makula vir com ele, mas o tanzaniano não conseguiu manter a mesma velocidade, ficando no grupo atrás, com Rogério Ferreira. “Estava calor, mas estava difícil para todos”, disse o vitorioso, de 22 anos, que este ano também faturou a Meia Maratona no Rio de Janeiro.

Campeão no ano passado, Rogério não tinha do que reclamar. Jardineiro de profissão e realizando seus treinos apenas no período da tarde, ele foi o segundo, superando o tanzaniano no final da prova. “Gosto muito do meu trabalho. Sou eu que limpo a cachoeira na minha cidade, Cristina, em Minas Gerais. E vim aqui para correr bem e foi o que aconteceu. Estou feliz”, afirmou o atleta.

Na disputa dos cadeirantes, a vitória foi “caseira”, com Heitor Mariano dos Santos comemorando o bicampeonato. “Sou de Praia Grande. Tinha de vencer”, afirmou o atleta, que este ano faturou a Meia Maratona de Miami. Outro destaque ficou para a paratleta Sabrina Custódia, que teve as duas mãos e uma perna amputadas, após um choque, em casa, e cruzou a linha de chegada vibrando muito ao completar o percurso de 10 km.

3.800 atletas em 2015

O diretor geral do evento, Marcos Clemente Santini, fez uma avaliação positiva, com a propriedade de quem competiu na prova. Ele destacou a participação popular ao longo do trajeto. “Como organizador achei perto da perfeição. Percurso inteiro fechado, bastante gente incentivando, água gelada, prova totalmente plana, volta pela praia, quando os atletas já estão começando a ficar cansados, vem a parte mais bonita da prova”, ressaltou.

“Como atleta, fui bem. Venho de lesão, queria ir devagar, mas fui uns dois minutos melhor do que esperava”, acrescentou Marcos Santini, revelando que a expectativa para 2015 é que o numero de inscritos aumente para 3.800. “Vamos fazer uma reunião de avaliação, mas é bem provável esse crescimento. Tivemos 300 atletas a mais nessa edição, indo para 3.500 e foi muito bom”, destacou.

A prova contou com animação antes e durante a disputa. O aquecimento para a largada, com professores da Academia Movimentação, atraiu dezenas de atletas. No percurso, os competidores passaram por três atrações musicais, os DJs Big e Xande e o Grupo Samba Bem. Ao final, todos os participantes tinham à disposição a tenda de fisioterapia para massagens e receberam frutas e isotônicos. Quem completou os 21.097 metros, recebeu uma medalha dourada de participação, enquanto que na prova de 10 km, a medalha foi prateada.

Os resultados completos estarão disponíveis no site www.triesportes.com.br.