A corrida que passa por 140 km do contorno da Ilha de Santa Catarina chega a 19ª edição no próximo dia 12 de abril – Revezamento Volta à Ilha ASICS 2014.
Foto: Christian S. Mendes / Divulgação
A competição é conhecida por desafiar 3,7 mil atletas de todo o Brasil a se revezarem em trechos de trilhas, morros, areias e asfalto para completar a prova que tem um dos maiores e mais difíceis percursos do país. No ano passado, a equipe campeã levou 8h01min05s para terminar o trajeto. Veja o percurso completo no google maps.
O percurso do Volta à Ilha passa por 25 das 41 praias de Florianópolis. Ao longo de 19 edições, foi sendo adaptado para fugir de rodovias movimentadas e ficar mais fiel ao contorno da Ilha. No início eram 150 km e mais de 20 pontos de troca, que diminuíram para 140 e 18. Cada um deles foi escolhido de forma estratégica para que a corrida flua e conte um pouco da história de Florianópolis. “A seleção dos pontos de troca foi algo que adaptamos ao longo das edições para que fosse o local certo não só para o revezamento entre os atletas, mas também entre os diferentes espaços e histórias que compõem a nossa ilha”, conta o idealizador da prova e diretor-presidente da Eco Floripa Eventos Esportivos, Carlos Duarte.
As equipes inscritas em oito diferentes categorias largam entre às 4h15min e 7h30min, no trapiche da avenida Beira-Mar Norte, no centro da Capital. “No dia do Volta à Ilha, sempre que passo pela beira-mar, vejo atletas pela rua. Como a prova dura o dia todo, já acompanhei a comemoração de várias equipes na chegada”, conta a estudante Joana Zanotto, moradora do centro da capital catarinense.
Logo no começo da prova, depois de 25 km no sentido Norte no asfalto da SC-401, o percurso passa no lugar em que foi construída a primeira rua calçada do Estado: os tradicionais bairros de colonização portuguesa Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui. “É um retiro onde os atletas podem descansar de tanta fumaça de escapamento, e repousar a vista com uma bela paisagem”, destaca o estudante de gastronomia e morador do bairro, Thálion Mibielli, que já acompanhou a prova muitas vezes. Os corredores têm mesmo 10 minutos de descanso ao terminar este trecho. Para chegar no próximo ponto da corrida, no Pontal da praia Daniela, os participantes fazem uma travessia de barco ou de banana boat. O tempo é descontado do total da prova, ou seja, não é cronometrado.
Ao desembarcar na praia da Daniela, o percurso segue no sentido Oeste e passa pela Praia do Forte, Jurerê Internacional, Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, até alcançar a Ponta das Canas, no extremo Norte da Ilha. Ao chegar na Lagoinha de Ponta das Canas, o atleta enfrenta uma trilha de 3,5 km, com 180 metros de altitude, que o leva até a praia Brava. Em seguida, há outra trilha, entre a praia Brava e os Ingleses. “Já vi atletas passarem muito concentrados aqui na areia da praia. Dá para perceber que estão participando de uma competição séria, e isso incentiva o esporte na região”, diz a empresária e moradora de Canasvieiras, Sandra Mayer.
A corrida segue no sentido Sul, contornando as praias do Leste da Capital: Santinho, Moçambique, Barra da Lagoa, Joaquina, Campeche, Armação e Pântano do Sul. Os trechos variam entre dunas, asfalto e areia. Depois da praia dos Açores, chega o ponto mais difícil do percurso: a estrada de terra do Morro do Sertão. São 15 km, sendo 6 km de subida do morro de 250 metros de altitude. A prova continua no sentido Norte, passando pelo Ribeirão da Ilha, aeroporto, rodoviária e voltando para a avenida Beira-Mar Norte, até finalmente cruzar a linha de chegada.
Bastidores da corrida serão registrados em vídeo
Acompanhar uma corrida de revezamento de 140 km ao redor de uma Ilha é uma tarefa quase impossível. Momentos de superação e nervosismo, como os de troca, em que os atletas se preparam para correr o seu trecho, passam despercebidos. “No caso das equipes que estão na disputa, há toda uma preparação e aquecimento na mudança de trechos. Os técnicos ficam atentos para que não haja atrasos e desencontros”, explica Carlos Duarte.
Para registrar e trazer um pouco mais dos bastidores da prova, neste ano haverá uma cobertura de vídeo por meio de um link para a internet, que estará disponível no dia da corrida no http://www.ecofloripa.com.br/
Consolidação
Maior corrida de revezamento do Brasil, a primeira edição do Volta à Ilha foi em 1996, com 22 equipes participantes. Agora, 18 anos depois, são 400 equipes inscritas, e ainda é preciso fazer sorteio de vagas. Parte delas são reservadas àqueles que participaram sete anos ou mais, ou venceram alguma das provas da Eco Floripa no ano anterior. Além disso, a competição reúne atletas com diferentes perfis de preparos físicos, devido ao número de competidores por equipe e a diversificação das categorias. A faixa etária varia de 12 anos, na categoria Participação, até quem tem mais de 50, na Veterana.
Lixo produzido durante a corrida será encaminhado para reciclagem
A organização da corrida que toma emprestados 140 km do contorno da Ilha de Santa Catarina também está de olho na preservação das belezas naturais de Florianópolis. Todo o lixo produzido durante a prova, como copos descartáveis e latinhas, será recolhido e encaminhado a uma empresa de reciclagem. No regulamento também está previsto que os atletas que jogarem lixo fora dos locais adequados serão penalizados com acréscimo de tempo na cronometragem da prova.
Solidariedade
Parte do valor da inscrição de cada atleta é doada para a Sociedade Espírita de Recuperação, Trabalho e Educação – SERTE, localizada no bairro Cachoeira do Bom Jesus, em Florianópolis. A SERTE atende a 63 velhinhos no Lar Irmão Erasto e a 25 crianças no Lar Seara da Esperança. Tem ainda um educandário, o Lar de Jesus, para 120 alunos da comunidade.