O brasileiro Edson Amaro dos Santos e a queniana Jane Jelagat Seurey venceram a prova pernambucana pelo segundo ano seguido neste domingo, em Recife.
Recife – A Maratona Internacional Maurício de Nassau viveu neste domingo (29) o dia dos bicampeonatos. O brasileiro Edson Amaro dos Santos e a queniana Jane Jelagat Seurey foram os mais velozes nos 42km da quarta edição da prova disputada em Recife e conquistaram pelo segundo ano consecutivo o título da corrida que tem a maior premiação do Brasil, com mais de R$ 230 mil distribuídos entre os vencedores. Mas a festa não se restringiu aos atletas de elite. Mais de 5 mil corredores invadiram as ruas da capital pernambucana para uma saudável e alegre festa esportiva, que também contou com distâncias de 21km, 10km e 5km.
Foto: Renato Aranda – Webrun
Foto: Renato Aranda – Webrun
Festa mesmo fez Edson Amaro. O agora bicampeão adotou uma estratégia corajosa para cruzar a linha de chegada em primeiro, com o tempo de 2h25min02. Ele assumiu a ponta no quilômetro 10 e acelerou para ganhar distância em relação ao pelotão de frente. Deu certo. “Sabia que seria uma disputa difícil, com dois quenianos com tempos entre 2h12 e 2h13. Mas queniano tem medo do sol quente. Eu não tenho! Sabia que precisava fazer a minha prova, então, acelerei a partir do décimo quilômetro para ganhar. E ninguém veio junto. Quando vi que tinha vantagem na passagem da meia maratona, soube que iria ganhar. Mas também percebi que iria sofrer no final”, justificou.
Os resultados completos da Maratona Maurício de Nassau 2013 estão disponíveis no link http://www.maratonamauriciodenassau.com.br/
Foto: Marcello Fim – Midiasport
Amaro era só sorrisos. Feliz por entrar para a história da Maratona Maurício de Nassau, o atleta revelou que correu com a intenção de quebrar o recorde da prova. “Eu queria bater o recorde, mas como estava ventando muito no final e eu forcei no início, aumentou o desgaste e senti bastante a partir do quilômetro 38. Aí percebi que precisava correr com a cabeça só na vitória e não no tempo”, explicou o campeão, que revelou ser conhecido na região como atleta ‘peba’. “Como treino em Petrolina, Pernambuco, mas moro em Juazeiro, Bahia, me chamam de peba, ou seja, ‘pe’ de pernambucano e ‘ba’ de baiano.”
Foto: Marcello Fim – Midiasport
O calor de 28 graus da manhã deste domingo na capital pernambucana realmente castigou os quenianos. Entre os três que largaram, apenas Willy Kimutai chegou entre os seis primeiros. O Africano cruzou em quarto, mas o desgaste o obrigou a caminhar por pelo menos 1km do percurso para chegar até a linha de chegada. Ao final da prova, passou mal e precisou de assistência médica. Melhor para os brasileiros José Pereira da Silva e Raimundo Nonato Aguiar , segundo e terceiro colocados, com 2h26min15 e 2h30min46, respectivamente.
Foto: Marcello Fim – Midiasport
Se no masculino o Brasil dominou os lugares mais altos do pódio, no feminino a história se inverteu. Jane Jelagat Seurey conquistou o bicampeonato com o tempo de 2h45min16, seguida pelas compatriotas Jackeline Rionoripo (2h52min08) e Tabitha Kibet (2h55min18), segunda e terceira colocadas, respectivamente. A melhor brasileira na quarta edição da Maratona Maurício de Nassau é prata da casa.
Mirela Saturnino de Andrade, da equipe UNINASSAU, levantou o público ao cruzar a linha de chegada empunhando a bandeira de Pernambuco, após 2h55min47, para assegurar a quarta posição . “Estou muito feliz. Foi tudo maravilhoso nessa prova e a organização está de parabéns”, afirmou.
Foto: Marcello Fim – Midiasport
Maior esperança de vitória para o Brasil entre as mulheres, Marily dos Santos não se sentiu bem durante o percurso e acabou abandonando no quilômetro 27. A atleta alagoana radicada na Bahia lutava pelo tricampeonato. Ela venceu as duas primeiras edições da Maratona Maurício de Nassau, foi vice em 2012 e é dona do recorde, com 2h43min49. A melhor marca no masculino pertence ao brasileiro Franck Caldeira, com 2h21min36.
A largada e chegada da Maratona Maurício de Nassau 2013, em frente ao Marco Zero, no centro antigo de Recife, garantiram um charme a mais no visual do evento. Como nos anos anteriores, o percurso passou por pontos históricos e pela orla de Boa Viagem. Fiel a sua tradição, a organização do evento sempre traz elementos da cultura pernambucana como atração para atletas e familiares, que aproveitam a corrida também como opção turística na região.