Neste final de semana acontece uma das mais bonitas provas de corrida de revezamento do Brasil, a Volta à Ilha, em Florianópolis. São 150km passando por diversos pontos da cidade, com largada e chegada na Avenida Beira Mar Norte, cartão postal da cidade e que tem como pano de fundo a ponte Hercílio Luz, construída no estilo Art Déco, inaugurada em 1926 e que hoje está fechada para circulação.
O percurso da Volta à Ilha
A Ponte Hercílio Luz (crédito foto: Mário Costa Jr, Guia Floripa)
A largada é em direção ao norte da Ilha e logo nos primeiros quilômetros nos deparamos com uma comunidade fundada pelos primeiros imigrantes açorianos que chegaram a Floripa, em meados do século XVIII. Para quem acompanha a corrida, de Santo Antônio de Lisboa vê-se toda Baía Norte e o Continente.
Santo Antônio de Lisboa (crédito foto: George Hamilton, Guia Floripa)
O próximo ponto de grande atração é Jurerê Internacional, praia freqüentada no verão por celebridades nacionais e internacionais, com casas espetaculares e a melhor estrutura à beira mar da cidade. Mais um pouco, ainda correndo em direção ao norte da cidade, os atletas chegarão à Cachoeira do Bom Jesus, praia que se destaca pelo início da “colonização argentina e uruguaia” que acontece em todos os verões. A Praia de Cachoeira é quente e tranqüila e fica quase na ponta da Ilha.
Vista da praia de Jurerê (crédito foto: Mário Costa Jr, Guia Floripa)
Para chegar à ponta norte da Ilha temos o que talvez seja o maior sacrifício para os corredores: a subida da Praia Brava. A Praia Brava é um lugar descolado, freqüentado pelos jovens locais e turistas no verão, e conta com um dos mais famosos bares de praia do sul do Brasil, o Bar do Pirata. Mas para ver tudo isto, os corredores terão que encarar um aclive acentuadíssimo, onde trocarão o sorriso de outrora por expressões fechadas e feições de dor.
A Praia Brava (crédito foto: Mário Costa Jr, Guia Floripa)
Agora, baixando no mapa: Praia dos Ingleses, Santinho, Moçambique, Rio Vermelho e Joaquina. As duas primeiras são outro pólo de pessoas do Plata. Moçambique é onde muitos locais praticam surfe, e onde notamos o aumento das dunas. A Praia do Rio Vermelho é de águas tranqüilas, uma baía paradisíaca. A Praia da Joaquina atrai também muitos surfistas, mas não tem mais a fama dos anos 80. Sua característica água fria, em compensação, continua a mesma.
A Praia dos Ingleses (crédito foto: Maurélio Pereira, Guia Floripa)
Depois os atletas começam a parte denominada o “sul da ilha”. Por não contar com avenidas expressas como a parte norte, é menos conhecida dos turistas. A Praia do Campeche ainda tem o ar de vila de pescadores (mas uma grande vila), com pessoas bem tranqüilas, casas mais simples e algumas ruas com muita areia. Para quem puder observar, é aqui onde começa a simbiose de praia e parque natural, que leva aos locais a jurarem que é a parte mais bela da cidade.
Seguindo para o sul o próximo destino é a Praia da Armação, que leva este nome por ser o local onde num passado nada festejado hoje em dia, os locais instalavam armadilhas para caçar as baleias. A principal atração é a Igreja de Sant’Anna, de 1772. Nesta Igreja que os tripulantes e arpoadores se confessavam antes de partir para o mar. Seguindo correndo chegaremos a Açores, o balneário mais bem planejado do extremo sul da ilha. Quando estiverem correndo nesta região os atletas poderão desfrutar da vista das Ilhas das Três Irmãs e a Moleques do Sul, fazendo valer a pena o esforço.
A Praia da Armação (crédito foto: Maurélio Pereira, Guia Floripa)
Depois, os atletas que seguirem cortarão o sul da ilha e rumarão novamente para o norte, passando pelo aeroporto, a Via Expressa Sul e chegando ao mesmo ponto de largada, com o objetivo cumprido e a certeza de ter participado de uma das mais bonitas provas do Brasil.