Corredor Viajante – Corre Guto – Meia Maratona de Buenos Aires

Prova: Meia Maratona de Buenos Aires 2010

Relato enviado em 23 de fevereiro de 2011

Meia Maratona ao som de tango

Tinha que estrear oficialmente meus 21 km, só em treino não era o bastante. Programei-me para correr a Meia Internacional do Rio em Julho, mas infelizmente passei muito mal dois dias antes da prova e não pude correr. Agora, então, era partir para outra prova, e por que não uma internacional?! Fomos a ela. Tudo era novidade naquele momento – comida, roupas, local, cidade, dialeto local e a cultura. Resolvi marcar um encontro com os corredores via Twitter para foto oficial da turma, foto que foi publicada no site da Nikecorre.

Fazia muito frio naquele dia, 8°C às 06h10min da manhã quando saímos do hotel eu, Pat Gomes, Renatinha, Renata Tucunduva, Ruy, Rodrigo, Fernanda Paradizo. Iríamos encontrar o restante da turma na corrida. Não estava acreditando, eu olhava e “a ficha não caía”, estava lá em Buenos Aires para correr minha primeira meia maratona. Já na largada estava super empolgado, pulava sem parar, queria ser visto por todos, e não é que deu certo, vejam a fotinha abaixo.

Fui correr de viseira, calça, duas blusas, calça? Sim, de calça; para uns eu iria morrer de calor, mas naquele frio foi ótimo. Saímos todos juntos e fomos dispersando uns dos outros. O interessante da prova é que a cada 3 ou 4 km havia uma banda tocando, avenidas largas, boa hidratação, frutas e muitos, mas muitos corredores.

Queria dar um show de tango, mas como era difícil aquela dança, andei até tomando aulas particulares com uma argentina antes, mas não foi o suficiente, olhem a prova abaixo:

No km 6 encontrei com a Renata Tucunduva e fomos correndo no mesmo pace, o tempo todo ia dizendo: “9 km estamos com 58 minutos, agora vem à subida, Obelisco, 11 km estamos com 1h12m e com 16 km conheço até aqui, depois tudo era novidade” – GPS da hora esse, falava tudo e achei ótimo!! Brincadeira à parte, era Renatinha mandando bem ao meu lado.  De repente, foi meu joelho direito dando sinal de fraqueza, falei logo com a Rê que não estava cansado, mas não iria dar para “puxar” mais, e disse para ela continuar no seu ritmo… Passando em algum ponto, havia uma banda tocando bossa nova, e foi quando comecei a me lembrar do meu pai. Já no km 19 tive que parar pegar água, pois eram muitas pessoas, havia uma dificuldade de chegar até a água, o que travou tudo.

Ao parar, meu joelho travou, não dobrou mais e a dor veio como um passo de tango mal dançado. Comecei a andar, não conseguia correr, meu joelho doía muito, comecei a lembrar novamente do meu pai, e pensando nele reuni todas as forças para voltar a correr. Andei 500 metros e voltei a correr, cheguei como um guerreiro sem fôlego, mas cheguei.

Depois das lágrimas, tiramos a foto com a medalha e partimos para o abraço, então foi só alegria!!! Fiz em 02h21min, tempo oficial da prova.