Maratona Internacional de Sâo Paulo 2010, por Fred Carvalho
Relato enviado em 03 de junho de 2010
Olá! Sou apaixonado pelo asfalto, apaixonado pelas corridas e agora apaixonado por maratonas, sou tetraplégico, logicamente corro usando uma cadeira de rodas apropriada para corridas e feita sob medida, também sou apaixonado por fotografia e corro com uma câmera fixada ao capacete. Segue um relato sobre a experiência maravilhosa que tive ao participar da Maratona Internacional de São Paulo, lógico que registrei tudo.
Quando cruzei a linha de chegada da minha primeira maratona, lembrei de uma música que ouvia na infância, lembrei do Rei Roberto cantando “Quando eu estou aqui, eu vivo esse momento lindo”, realmente senti uma energia diferente, e olhe que não sou tão sentimental, correr a prova clássica do atletismo sempre foi um desejo desde que comecei a correr, o desejo foi transformado naturalmente em objetivo e a meta passou a ser correr os 42.195 metros na cidade que tanto amo, São Paulo.
Decidir participar da Maratona Internacional de São Paulo não para provar nada para mim, muito menos para outras pessoas, não tinha nada relacionado com superar limites, queria sentir a sensação de correr uma maratona, isso alterou o meu treinamento, precisava aumentar a resistência, planejamos bem o treinamento junto com a Profª Fran e o Prof° Bruno, na Corpore Academia focamos séries de resistência, no asfalto duplicamos literalmente o tempo e a distância diária, a alimentação balanceada e a suplementação foram importantes e a disciplina foi fundamental para com responsabilidade terminar essa maratona.
Imagens feitas pelo Fred Carvalho com a câmera fixada ao capacete
O percurso foi bastante técnico e misto, planos, falsos planos, subidas, decidas, viadutos, nos primeiros 25 Km procurei poupar um pouco e intercalei períodos de ritmo mais forte e ritmo médio, o clima ajudou um pouco, lembrando que treino na orla de uma ensolarada praia nordestina, a largada foi às 9h00, algo próximo dos 20ºc, poderia ser mais cedo, mais como falamos por aqui: “rapadura é doce mas não é mole não, na metade da prova a temperatura subiu, isso exigiu mais hidratação intercalei a água distribuída pela organização e o Endurox R4 (repositor hidroeletrolítico) que levei em dois squeezes fixados na cadeira, o peso extra pode ter atrapalhado, mas do 25° Km até o final da maratona apertei o ritmo, literalmente senti fome e fui salvo por dois saches de Accel Gel com 40 mg de cafeína.
A beleza do percurso ajudou bastante, a largada na Ponte Estaiada na Marginal Pinheiros, os trechos nos túneis, a USP e a chegada no obelisco do Ibirapuera, São Paulo, essa selva de pedra possui uma beleza impar, o antigo e o moderno convivem em perfeita harmonia.
A energia recebida valeu acordar ainda na madrugada para treinar, valeu cada centímetro rodado naquela cadeira, cada série na academia, se já gostava de correr antes, agora quero repetir, repetir, repetir, acho que viciei na energia recebida durante os 42.195 metros de uma maratona, quero recebê-la novamente.
Agradeço o apoio do Instituto Mara Gabrilli, da TAM, da ADD, da Yescom, da Alphamix, da Academia Corpore.
Atualmente estou treinando para a Maratona do Rio, para a Maratona de Curitiba e em novembro a convite da Achilles participarei da Maratona de NY. Tenho um blog aonde conto um pouco sobre minha história, as corridas que participo e dicas de treinamento, o endereço é www.fredcarvalho.blog.br
Um abraço aos camaradas corredores, bons treinos…
Fred Carvalho