Prova: Meia Maratona de Buenos Aires – 2010
Relato enviado em 15 de setembro de 2010
Sou de Curitiba/PR e comecei os meus primeiros passos na corrida em meados de julho do ano passado. Antes disso não curtia caminhadas e muito menos corridas. Nunca passou pela minha cabeça que hoje seria uma viciada nessa atividade que muitas vezes foi usada como válvula de escape para tirar o stress do trabalho ou simplesmente para me deixar feliz em momentos difíceis!
Fiz algumas corridas de 10 km aqui em Curitiba e, em dezembro de 2009 com minha teimosia, ou talvez determinação, resolvi fazer a São Silvestre que foi uma grande realização pessoal!
Além desse desafio, um outro maior começou a pairar na minha cabeça: a vontade de fazer uma meia maratona. Me inscrevi na Meia Internacional do Rio de Janeiro, e por conta de um escorregão em uma escada duas semanas antes (sim, eu sou muito estabanada), senti na seqüência dores no mesmo tornozelo que já havia sofrido uma lesão em fevereiro. Achei melhor desistir para não correr o risco de piorar a dor ou lesionar novamente o tendão. Como eu já havia me inscrito na Meia Maratona de Buenos Aires, resolvi me poupar e ir em busca dessa realização!
Minha meta era completar a minha primeira maratona CORRENDO, sem caminhar em nenhum metro sequer. Sou uma pessoa determinada e por muitas vezes até teimosa, e minha competição é comigo mesma, com meus objetivos traçados e resultados esperados. A expectativa que eu deposito em mim mesma é grande e a exigência é maior ainda!
Mesmo sabendo que eu não estava totalmente condicionada para essa prova, pois tive que parar de treinar por uns 2 meses em março e abril, ainda assim eu achava que poderia fazer um planejamento conservador de pace e completar a prova.
Lá fui eu e meu fiel escudeiro para essa aventura que só me trouxe alegrias, pois prá mim foi superação, vários sorrisos no rosto, gostinho de meta cumprida e muito trabalho emocional comigo mesma.
Fiquei animada quando fui conhecer o percurso no dia anterior e vi que as ruas eram lisinhas e planas. Havia somente duas pequenas subidas. O clima também ajudou pois havia sol mas a temperatura era super agradável (15 C). Além disso o percurso contemplava alguns pontos turísticos de Buenos Aires: Obelisco, Casa Rosada, Planetário, Av. 9 de Julho. Valeu a pena cada km percorrido.
Posso dizer que a fórmula para ter conseguido chegar ao final dessa prova, sem caminhadas, correndo o tempo todo foi: determinação, planejamento, disciplina, amor pela corrida e muita negociação com minha cabeça, pois corri com milhares de pessoas mas competia somente comigo mesma e tinha que contar com meus pensamentos otimistas para chegar até a última passada no km 21.
Logicamente que eu tive a sorte de ter o apoio de um fiel escudeiro que acordou comigo as 05:00 da manhã, me deu forças logo cedo dizendo que eu estava com cara de vitoriosa e que sabia que eu ia conseguir terminar a prova, me levou até o local da largada, acompanhou no aquecimento e alongamento, esperou eu iniciar a corrida e foi me encontrar e tirar fotos ao longo do percurso, sempre torcendo e sorrindo para mim. Lembro exatamente em quais pontos ele me acenava, fotografava e torcia para eu ir em frente.
Não somente consegui completar a prova, como consegui diminuir meu pace a partir da metade da prova (no Km 11)! Foi muito legal encontrar vários brasileiros durante o percurso e ver a alegria estampada em seus rostos e animação que nos é peculiar.
Essa prova foi um desafio e tanto e posso dizer que foi a corrida que fiz mais feliz, mais tranqüila e sem nenhum incômodo físico. Nem bolhas eu tive! A endorfina e a emoção por ter conseguido completar foi muito maior que qualquer cansaço físico! Gostaria de agradecer imensamente de uma forma especial o meu fiel escudeiro que além de tudo, também estava na chegada me esperando com aquele sorriso largo e pronto para me dar aquele abraço apertado e inesquecível. Essa vitória foi para ele!